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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Páscoa na escola: que tom ela tem?

A celebração pode ser tratada de forma lúdica e profunda, evitando-se excessos religiosos e sem que os alunos percam tempo demais entre ovos e coelhinhos.




Em 2015, a Páscoa será comemorada no domingo, dia 5 de abril. Antes desse merecido descanso, porém, a maior parte dos alunos estará às voltas com as provas bimestrais e, ainda, com as atividades escolares relacionadas a essa festa católica.

Por que tratar uma celebração religiosa em ambiente escolar, já que o Estado brasileiro é oficialmente laico, isto é, não pertencente a nenhuma religião, assim como as escolas públicas e muitas particulares? "Não podemos ignorar os fenômenos culturais de nosso país", responde Vânia Barone Monteiro, coordenadora do Ensino Fundamental I do Colégio Dante Alighieri, na capital paulista. "Tratamos os símbolos da Páscoa, como o ovo e o coelho, não do ponto de vista religioso, mas de conhecimentos gerais, de curiosidades que atraem os alunos", esclarece ela.

A Páscoa é, de fato, um evento importante para a sociedade brasileira, constituindo-se como a principal comemoração para os católicos (maioria religiosa em nosso país), além de um fenômeno comercial na venda de chocolates. O trabalho com o tema na escola merece, entretanto, alguns cuidados, para que não se perca tempo precioso de aula com frivolidades, nem se enfatize aspectos espirituais que cabem à família, e não à instituição de ensino.

A seguir, confira dicas para acompanhar com olhar crítico o trabalho da escola de seu filho, seja ela laica ou mesmo católico-cristã.

A Páscoa não é distribuição de ovos

Entender o significado dessa celebração deve ser o primeiro passo do trabalho na escola, já que a criança vem sendo bombardeada há semanas com comerciais de ovos de chocolate na TV - e pode concluir, com isso, que se trata apenas de um dia para trocar guloseimas. "As crianças pequenas, especialmente, relacionam a Páscoa com ovos, apenas", confirma Patrícia Maria Silva Brum Pimenta, diretora pedagógica do Colégio Brumline, de São Paulo. "Por isso, sem enfatizar o aspecto religioso, mas sim histórico, explicamos o que esse dia significa para os católicos. Antes disso, porém, avisamos aos pais que falaremos do assunto", ressalta Patrícia, sinalizando algo importante: é bom que fique claro para os pais, de preferência no início do ano, que tipo de postura a escola assumirá diante de comemorações como Páscoa e Natal. 

Coelho não bota ovo

Esta não é uma confusão incomum, e vale a pena esclarecer o assunto com as crianças do Ensino Fundamental I, partindo do trabalho com símbolos pascais em geral. Os ovos (por conterem uma nova vida) e os coelhos (por terem muitos filhos) tornaram-se símbolos populares da Páscoa, mas não têm, obviamente, relação direta entre si. "Relatamos uma lenda sobre crianças que descobrem uma cesta de ovos pintados por sua mãe na mesma hora em que passa correndo um coelhão", diverte-se a coordenadora Vânia Barone Monteiro, do Colégio Dante Alighieri, completando: "Assim explicamos de forma lúdica a ligação entre os ovos e o coelho e ainda aproveitamos para tratar o gênero lenda". Vânia revela, ainda, que os alunos maiores, do 4º e 5º ano, deparam com um verdadeiro desafio de Páscoa: entender por que essa celebração não possui data pré-definida, e o que isso tem a ver com o equinócio de outono, um conceito complexo, que se torna mais acessível quando abordado no contexto.

PESSACH 

Outra dica é trabalhar também o sentido da Páscoa Judaica, ou Pessach, sobretudo se houver alunos judeus na escola. Assim, introduz-se a noção de pluralidade religiosa, e o ponto de vista histórico-cultural ganha força.

PÁSCOA JUDAICA - PESSACH -
http://www.pt.chabad.org/generic_cdo/aid/603442/jewish/Pssach.htm

MÚSICAS -
http://www.pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1801564/jewish/O-Sder.htm

PÁSCOA
http://www.historiadigital.org/artigos/a-origem-da-pascoa-e-suas-tradicoes/

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